segunda-feira, 1 de março de 2021

América-MG 1 x 0 Boa Esporte

Apesar da falta de ritmo físico, de jogo e técnico, o time mesclado do América jogou o suficiente para vencer o adversário. 

Possivelmente a produtividade seria maior se a mescla entre os pratas da casa e os titulares tivesse sido mais bem distribuída nos dois tempos do jogo. 

Mas a desistência de utilizar um time formado pelos pratas da casa entre os 23 pré-selecionados para disputar as três primeiras rodadas do Campeonato Mineiro representa a necessidade de otimizar o processo de formação, gerenciamento do aprimoramento e transição da base para o profissional, a fim de transformar o DNA formador em aproveitador entre os titulares na equipe principal. 

Na conquista do título da Série B em 2017, Messias, Matheusinho e Zé Ricardo, jogadores treinados pelo Milagres no Sub-20, foram os últimos pratas da casa titulares na maioria dos jogos disputados. 

Quanto mais bem preparado for nas categorias de base, mais rapidamente pronto vai ficar. 

Jogar na base, especialmente aprimorando o posicionamento tático funcional e principalmente a eficiência nos fundamentos do passe e da finalização, é mais importante do que subir mais para treinar do que ser utilizado nos jogos. 

Quando Vitão, treinado nas categorias de base para ser centroavante definidor dentro da área, subiu para jogar a Série B no segundo semestre de 2019 e nos jogos contra Atlético e URT pelo Mineiro de 2020, foi mais elogiado por parte da torcida, participativo e produtivo nas assistências e decisivo nos gols marcados. 

Mas sem jogar pelo sub-20 e pouco utilizado no profissional, o rendimento do Vitão caiu nos minutos em que entrou durante a Série B de 2020. 

Vitão e outros jogadores que subiram antecipadamente, mas pararam de jogar ou jogaram pouco, estariam mais bem preparados se tivessem disputado a Copa São Paulo e Brasileiro Sub-20 em 2020, e especialmente o Sub-23 em 2019 e 2020. 

É bom destacar que a promoção de muitos jogadores em 2019 provocou queda de rendimento no Sub-20 comandado pelo Paulo Ricardo no Brasileirão e no Mineiro. 

Com o time completo, o Coelhãozinho teria total capacidade para classificar entre os oito melhores clubes do Brasileirão, ter disputado e conquistado o título do Mineiro em cima do rival Atlético e garantido a vaga para a Copa do Brasil Sub-20 em 2020 e 2021. 

Entre os pratas da casa relacionados e que jogaram contra o Boa na estreia do Mineiro, o promissor Einstein, por algum motivo não divulgado, deixou de participar da pré-temporada este ano. 

Faltou Gustavão ser relacionado e Matheus Santos parece ter mais potencial de zagueiro do que volante.

João Gabriel, um dos mais prontos do sub-20, não teve oportunidade. 

O sub-17 Heitor é um promissor quarto-zagueiro com qualidade no desarme, na marcação e na saída de bola. 

Lucas Gabriel é um meio-campista bastante competitivo que joga de uma intermediária a outra.

Kawê mostrou mais potencial pelo lado esquerdo. 

Lucas Luan tem qualidade para jogar do meio para frente. 

Flávio demonstrou que deveria e deverá ser utilizado mais vezes, inclusive jogar junto com Zé Ricardo. 

Zé Ricardo tem capacidade para jogar mais avançado ou revezar o posicionamento com Flávio ou jogarem na mesma linha, com um meia centralizado mais adiantado. 

Carlos Alberto deveria voltar a jogar mais pelo lado direito, porque dribla com facilidade pela vertical para aumentar a profundidade, buscar a linha de fundo e fazer cruzamentos treinados para os finalizadores bem posicionados definirem a jogada. Dentro da fase de melhoria contínua, deve aprimorar as finalizações, especialmente com o pé esquerdo para infiltrar pela diagonal e marcar o gol. 

Gustavinho carece ter ambição de artilheiro e ser mais finalizador, mas é bastante promissor na assistência,  no drible, na distribuição das jogadas e no passe. 

Entre os contratados, Airton fez duas defesas importantes. 

Leo Gomes, improvisado na lateral, rendeu menos do que necessita render na função de primeiro volante.

Talvez tivesse sido mais interessante a escalação do Anderson de terceiro zagueiro, com a utilização de dois alas. 

Lucas Luan poderia ter rendido mais na tarefa ofensiva de ala. 

Ricardo Silva pelo lado direito da zaga tem mais facilidade na saída de bola sem precisar fazer muitos lançamentos com o pé esquerdo.

Eduardo Bauermann manteve a segurança defensiva na maioria dos lances disputados.

João Paulo falhou na marcação do adversário no lance da bola finalizada na trave, mas fez assistência para o gol do Alê. 

Toscano jogou os dois tempos, combateu, desarmou, fez assistências e merecia ter sido premiado com um gol ao finalizar de primeira uma assistência do Rodolfo.

O voluntarioso Leo Passos precisa acertar mais cruzamentos,  passes e as conclusões das jogadas, mas foi o principal finalizador do time com pelo menos quatro finalizações, entre elas duas perigosas. Em vez  de meia-atacante de lado ou centroavante, talvez seja mais produtivo no corredor direito.  

Destaque para Alê pelo poder de decisão. 

Aliás, em 2020, faltou Alê ter sido mais finalizador e decisivo, mas foi um dos jogadores mais qualificados da equipe nos desarmes, no passe curto, longo e nas assistências.

América:
Airton; 
Leo Gomes, Ricardo Silva, Eduardo Bauermann e Lucas Luan (João Paulo); 
Flávio, Toscano e Gustavinho (Ademir); 
Léo Passos (Zé Ricardo), Vitão (Alê), Carlos Alberto (Rodolfo)
Técnico: Lisca

Boa Esporte:
Halls; 
Yuri Ferraz, Admilton, Alex Alves, Matheus Muller (Carlos Henrique); 
Escuro (Rodrigo Ancheta), Leo Coca, Dieguinho e Rafael Chaves (Nicholas); 
Jefferson e Fabinho (Diego Ceará)
Técnico: Ariel Mamede

Gol Alê