Apesar da visibilidade, a Copa São Paulo é uma competição problemática para as categorias de base, porque é realizada em janeiro, quando as equipes começam a ser formadas para a temporada.
O time sub-20 americano de 2019 é praticamente outro time em relação ao montado para a disputar a Copinha.
A equipe atual é formada por poucos 2.000 e por muitos que jogaram pelo sub-17 em 2019.
Ainda mais sem contar com Carlos Alberto, Flávio, João Cubas, João Gabriel e Vitão, promovidos para o principal, e Einstein, em fase de testes no Al Nasr.
Embora sejam merecedores, os promissores atletas, em fase de evolução e oscilação, vão precisar ter chances reais de jogar pelo principal, a fim de justificar na prática a promoção e o desfalque na base.
O DNA deve ser formador, mas principalmente aproveitador dos pratas da casa, essência do América Futebol Clube.
Entre os promovidos em 2019, Flávio foi utilizado pelo Felipe Conceição, até mais avançado, numa linha de quatro meias, onde é menos produtivo do que na posição de primeiro volante, enquanto Zé Ricardo, que nas categorias de base se destacou mais adiantado, ainda não foi escalado na posição que se destacou na base.
Luisão não teve chances.
João Cubas e Vitão entraram em situações emergenciais, em vez de programadas.
Lucas Luan tem potencial para jogar no meio-de-campo.
João Gabriel tem poder de criação, decisão e finalização.
Carlos Alberto, 17 anos, que jogou pelo sub-20 e subiu para o principal este ano, deveria ser mais eficiente nos cruzamentos e finalizações, mas tem características parecidas com as dos antigos pontas direitas, que partem pra cima, driblam na vertical, buscam a linha de fundo para fazer os cruzamentos
Aliás, embora os promovidos pelo sub-17 sejam bastante promissores, deveriam estar mais prontos em relação aos fundamentos básicos dos cruzamentos, finalizações e passes.
Muito potencial para pouco desenvolvimento.
A metodologia de treinamentos do sub-15 e sub-17 deve ser modificada e o critério do gerente responsável por avaliar o trabalho das comissões técnicas ser mais rigoroso, a fim dos promovidos chegarem mais prontos ao sub-20 e as contratações serem minimizadas, principalmente de quem está no último ano do júnior.
Mesmo assim, o rendimento contra o Volta Redonda poderia ter sido maior.
O rodízio de goleiros feito no ano passado prejudicou principalmente o desenvolvimento do Elzo, que estaria mais bem preparado se tivesse jogado mais vezes em 2019.
Thalys jogou mais vezes na função de lateral do que meia-atacante.
O time titular começou o jogo com Lucas Gabriel de lateral, Thalys, de meia-atacante pelo lado, e terminou sem nenhum lateral, com Matheus Peres, improvisado na posição e sem a utilização do Matheus Felipe.
Gustavo parece ser o zagueiro mais pronto.
Se Carlos Junio tivesse jogado mais vezes na lateral-esquerda em 2019, Lucas Luan poderia ter sido mais bem aproveitado no meio-de-campo, mas Carlos Junio parece ser mais quarto-zagueiro do que lateral.
Diogo, um dos armadores do sub-17 na posição de lateral esquerdo, nem foi relacionado. Ele e Matheus Felipe deveriam ser trabalhados para jogar mais avançado pelo lado ou pelo centro.
Vitor Hugo, que subiu para o principal no início de 2019, depois foi para o Corinthians e retornou, não jogou.
Matheus Santos jogou poucas ou nenhuma vez de volante titular no ano passado. Talvez se firme na posição de primeiro volante, mas por enquanto o rendimento está abaixo do Sabino, que deixou de ser aproveitado no principal. Pelo porte físico, Matheus Santos parece mais zagueiro ou centroavante, caso seja bom finalizador.
O promissor primeiro volante Leo Tortura nem viajou.
Gabriel de Paula, mesmo jogando poucas vezes em 2019 deviso a lesão, deveria ser titular porque tem experiência na Copinha.
Gustavinho precisa ter mais poder de finalização, mas tem grande potencial para ser o armador do time, pelo lado ou pelo centro.
Guilherme Pira e Osmar são dois atacantes de lado, que partem pra cima, buscam a linha de fundo para fazer os cruzamentos ou infiltram pela diagonal para finalizar.
Sem centroavante, talvez tivesse sido mais eficiente a improvisação do Guilherme Pira ou a utilização do PH ou outro da posição ou até testar o Matheus Santos, pelo porte físico.
Vale destacar a presença na equipe dos promissores, Kawê, atacante de lado, Matheus Henrique, mistura de volante e meia, e Renato, 16 anos, meia-atacante, também vindos do sub-17.
Enfim, é uma equipe nova, com muitos jogadores promissores vindos do sub-17 e desfalcada dos sub-20 que foram para o principal.
Mas estes desfalques só vão se justificar se os promovidos forem escalados pelo Felipe Conceição, caso contrário será só para tentar demonstrar que o trabalho da base foi bem feito.
Robson;
Lucas Gabriel (Osmar), Gustavo, Zé Vítor e Carlos Junio;
Matheus Santos, Gabriel (Elzo);
Thalys, Lucas Morais (PH), Gustavinho (Kawê), Guilherme Pira (Gabriel de Paula) Gustavinho (Kawê).
Técnico Paulo Ricardo