A transição deve ser mais bem planejada e principalmente executada.
Ainda mais no primeiro passo, antes dos 20 anos, a fim de evitar a queda de rendimento do time sub-20 e o atraso no desenvolvimento do promovido, sem oportunidades de jogo no time principal.
Entre jogar mais vezes no sub-20 e só treinar no principal, é preferível ter mais ritmo de jogo na base.
Em 2019, o desfalque dos promovidos, sem chances ou pouco utilizados no principal, prejudicou o desempenho do Coelhãozinho no Brasileiro, Copa do Brasil e Mineiro.
Flávio, 19 anos, com poder de desarme e qualidade no passe na função de primeiro e segundo volante, foi mais bem aproveitado, com 14 jogos. Mas é arriscado ser transformado em novo Christian e ter menos chances que os contratados, principalmente com Zé Ricardo mais avançado ou ambos na mesma linha com dois volantes.
João Cubas, 19 anos, no principal desde 2018, com Givanildo, dois jogos com Felipe Conceição em 2019, e número muito reduzido de jogos pela base. Talvez menos de dez jogos.
João Gabriel, 19 anos, mistura de volante e meia, destaque da Copinha em 2019, com poder de criação e finalização, subiu para não jogar.
Lucas Luan, 20 anos, merecedor de chances no meio de campo para a frente, entrou durante uma partida de lateral esquerdo.
Luisão, 20 anos, central com poder de marcação, capitão do time, subiu para não jogar.
Sabino, 20 anos, mal aproveitado fora da posição de volante no principal, também subiu e entrou num clássico contra Atlético, escalado pelo Givanildo, na posição de zagueiro e com o time perdendo. Depois parou de ter oportunidades.
Thalys, 20 anos, subiu em 2019 para não jogar, e retornou ao sub-20 para disputar a Copinha.
Vitão, 20 anos, centroavante definidor.
Ainda, Pedro, que subiu depois da Copa São Paulo, e não foi aproveitado antes da lesão, e Ronaldo, que entrou num clássico, em situação emergencial, escalado pelo Givanildo.
Este ano, Flávio, João Cubas, João Gabriel e Vitão poderiam ter disputado a Copinha, mas continuaram efetivados no principal.
Mais Carlos Alberto, 17 anos, que deveria ter subido do sub-17 para o 20 mais aprimorado nos complementos das jogadas, mas é bastante promissor, com a característica de partir para cima, driblar na vertical, buscar a linha de fundo para fazer o cruzamento ou infiltrar pela diagonal para finalizar.
Se a maioria dos promovidos realmente tiver chances programadas na temporada, em vez de só entrar em situações desfavoráveis nos clássicos ou emergenciais, devido a lesões e suspensões dos considerados titulares, a meta de desempenho e aproveitamento dos pratas da casa será satisfatória, independentemente da queda de desempenho do time sub-20.
Vale mais um jogador do sub-20 jogar pelo principal do que o time sub-20 fazer uma boa campanha nas competições.
Mas se a promoção for só para fazer propaganda de um DNA formador para completar treino, sem ser aproveitador de fato, vai evidenciar a necessidade de repensar o processo da transição, até entre as categorias da base.
O DNA aproveitador é mais importante do que o formador.
Aliás, se no segundo passo da transição, entre 20 e 23 anos, o processo já deixa a desejar, no primeiro passo é mais complicado.
O ideal seria voltar a disputa o Brasileiro sub-23, mas cometer o erro de contratar em excesso para dispensar depois.
Na Copa São Paulo 2020, a equipe foi montada no fim do ano passado para disputar a competição.
O jogo contra o Volta Redonda foi o primeiro oficial deste time, desfalcado dos citados com idade sub-20, com poucos titulares do ano passado, muitos promovidos do sub-17 e sem um centroavante.
Paulo Ricardo, o mais qualificado técnico da base, durante os três jogos oficiais desta equipe em 2020, buscou a melhor formação e fez mudanças de posicionamento e entre os titulares.
Mas a maioria dos sub-17 deveria ter chegado ao sub-20 mais bem preparados nos fundamentos do passe, cruzamento e finalização.
Esta falha no aprimoramento do sub-17 precisa ser acertada.
Os atletas em formação devem ser promovidos mais prontos, em termos dos fundamentos básicos, do sub-15 para o sub-17 e principalmente do sub-17 para o sub-20.
Kawê, 17 anos, na primeira copinha, apesar de ter finalizado pouco, teve boa participação ofensiva nos dribles e nas assistências.
Ainda os outros promovidos do sub-17, Matheus Felipe e Diogo, laterais com perfil de meia-atacantes, Leo Tortura, primeiro volante distribuidor de jogadas, Matheus Henrique, mistura de volante e meia que joga de uma intermediária a outra e Renato, 16 anos, com potencial para ser utilizado de meia-atacante de lado ou centralizado ou centroavante, mas deveria ser trabalhado para ser o meia-armador pelo centro, o camisa 10 do time, e PH, centroavante artilheiro.
Na falta de centroavante para disputar a Copinha, PH e Renato deveriam ter sido mais utilizados.
Entre os remanescentes do sub-20, Einstein, 18 anos, Gustavo, 18 anos, depois da promoção do Luisão, Thalys, antes de ser promovido, e Guilherme Pira, 19 anos, foram os que jogaram mais vezes entre os titulares em 2019.
O revezamento de goleiros atrasou o desenvolvimento do Elzo, 19 anos, que estaria mais bem preparado se tivesse jogado mais vezes.
Elzo, elogiado pelo comentarista do Mycujoo, deveria ser o goleiro titular em 2020 e um goleiro mais novo ser o reserva.
A posição de Einstein e Thalys precisa ser definida.
Felipinho jogou de lateral e meia-atacante desde o sub-17, depois subiu e não aproveitado.
Talvez Einstein seja mais lateral do que meia atacante e Thalys mais meia atacante, de lado ou pelo centro, do que lateral.
Gustavo tem grande potencial para ser firmar na zaga.
O comentarista do Mycujoo também elogiou mais Carlos Junio, 18 anos, de quarto-zagueiro do que de lateral-esquerdo.
Vitor Hugo, 18 anos, outro elogiado, precisa jogar mais vezes.
Matheus Santos, 19 anos, mais um elogiado pelo comentarista, foi utilizado de volante nesta copinha e jogou melhor do que mais avançado, como foi escalado em 2019, mas pelo porte físico parece ter mais potencial para ser um excelente zagueiro ou até centroavante, caso seja bom finalizador.
Gustavinho, 18 anos, deveria ter sido mais bem trabalhado no sub-17 no fundamento da finalização, mas tem grande potencial na criação das jogadas.
Gabriel de Paula, 19 anos, atrasou o desenvolvimento devido a lesão sofrida no ano passado.
Guilherme Pira, 19 anos, também é atacante de lado, que parte pra cima, busca a linha de fundo para fazer cruzamento ou infiltra na diagonal para finalizar.
Apesar da eliminação na primeira fase da copinha, as possibilidades de evolução, sob o comando do Paulo Ricardo, dos nascidos em 2001 e principalmente dos promovidos do sub-17, são promissoras.
Ainda assim, além da necessidade de chegar ao sub-20 mais bem trabalhado nos fundamentos básicos, falta um gerente técnico para acompanhar a transição no principal e os jogos da base, e um psicólogo exclusivo para a base, e o real aproveitamento dos pratas da casa no time principal.