Na tentativa de o Mancini encontrar o modelo de jogo, o esquema e a estratégia ideais durante a competição, sem ainda conhecer na prática as características da equipe, erros na escalação de titulares com falhas de posicionamento funcional, desfalques, lesões e mudanças durante a partida prejudicaram o desempenho do time americano.
Apesar de a utilização dos três zagueiros ter diminuído a fragilidade dos laterais, houve falhas na organização e recomposição defensiva, principalmente pela intermediária, baixa velocidade de transição e baixo poder de criação, decisão e finalização na construção ofensiva.
A utilização do Juninho, Juninho Valoura e Felipe Azevedo no meio-de-campo comprometeu a defesa e ataque.
Sem Zé Ricardo, que tem mais poder de marcação que Juninho e Juninho Valoura, novamente ficou um buraco na intermediária americana, nas principais finalizações do adversário e no gol sofrido.
Zé Ricardo também tem mais qualidade na saída de bola, no passe curto, no lançamento e na virada de jogo do que Juninho.
Juninho Valoura, sem o suporte do Zé Ricardo, foi menos ofensivo do que deveria, porque Juninho jogou mais avançado.
Juninho poderá ser mais produtivo na dupla função defensiva-ofensiva contra adversários mais ofensivos, mas sem espaços para contra-atacar é ineficiente contra adversários mais retrancados. .
Felipe Azevedo, improvisado na posição de meia-atacante centralizado, foi bastante improdutivo, sem poder de marcação e com baixa velocidade na recomposição e transição, e sem capacidade para fazer a distribuição das jogadas, assistências e finalizações.
Em vez da improvisação do Felipe Azevedo, na função de armador, poderia ter sido mais interessante a manutenção do Bruno Nazário, ou utilização do Zé Ricardo, para fazer a sustentação para Juninho Valoura ser mais ofensivo, ou a escalação do Zé Ricardo, Juninho Valoura e Alê entre os titulares, a fim de aumentar a consistência defensiva, o volume de jogo, a qualidade no passe e na distribuição das jogadas.
A utilização constante e excessiva do Eduardo e Alan Ruschel avançados pelos lados tirou os espaços para as jogadas de velocidade em profundidade do Carlos Alberto, Fabrício Daniel e deslocamentos do Juninho.
Carlos Alberto, que tem mais potencial para ser utilizado pelos lados, preferencialmente o direito, Fabrício Daniel e Felipe Azevedo ficaram muito embolados pelo corredor central.
Mas sem a participação de um centroavante com mais presença de área, poder de finalização e decisão, os cruzamentos do Alan Ruschel e Eduardo foram ineficazes.
Na transformação do DNA formador em aproveitador, Carlos Alberto, Gustavinho e Zé Vitor são sub-20, em fase de aprimoramento e oscilação, ainda no primeiro passo da transição, escalados num time em formação durante o campeonato e sem suporte de jogadores mais acostumados a disputar a Série A
Ainda assim, Yan Sassi deveria ter entrado no lugar do Felipe Azevedo, com o deslocamento do Carlos Alberto para o corredor direito e Fabrício Daniel para o esquerdo.
Diego Ferreira, João Paulo e Toscano, que poderia ter jogado na posição de centroavante, pouco acrescentaram.
Enfim, na 12° rodada do Brasileirão, o time americano continuou sem padrão Série A para permanecer na primeira divisão.
América:
Matheus Cavichioli;
Bauermann, Ricardo Silva, Zé Vitor;
Eduardo (Diego Ferreira), Juninho, Felipe Azevedo (Toscano), Juninho Valoura, Alan Ruschel (João Paulo);
Carlos Alberto (Yan Sasse) (Gustavinho) e Fabrício Daniel.
Técnico: Vagner Mancini
Sport:
Mailson;
Hayner, Rafael Thyere, Sabino e Chico;
Marcão, Zé Welison (Ronaldo Henrique) e Thiago Lopes (Paulinho Moccelin);
Gustavo (Betinho), Everaldo (Tréllez) e Mikael (André).
Técnico: Umberto Louzer