domingo, 25 de julho de 2021

Grêmio-RS 1 x 1 América-MG

Na continuação da tentativa de encontrar durante o campeonato a melhor estratégia e escalação de acordo com o modelo de jogo ideal para o América permanecer na Série A, a produtividade do time americano foi insuficiente para vencer um adversário, que também está em busca de uma formação. 

Apesar da competitividade, da determinação e do empenho dos comandados pelo Mancini, as grandes chances de gols foram do Grêmio, novamente devido as falhas da organização e recomposição defensiva. 

No posicionamento funcional do esquema utilizado pelo Mancini, a fim de pressionar a saída de bola do adversário, as linhas estão bastante avançadas, mas descompactadas, e espaços foram gerados na intermediária e nas laterais, nos gols sofridos e nas finalizações mais perigosas nos jogos contra o Atlético, Sport e Grêmio. 

Na jogada do gol feito pelo Grêmio, houve falha de posicionamento coletivo, iniciada pelo Juninho Valoura, sem a cobertura do Juninho e a recomposição do Alan Ruschel e Diego Ferreira, os quatro jogadores avançados no campo do adversário, e Bauermann, Ricardo Silva e Zé Vitor ficaram descobertos. 

Bauermann, aberto pelo lado direito, Ricardo Silva centralizado e Zé Vitor, pelo lado esquerdo, jogaram mais avançados e distanciados um dos outros. 

Vale a pena destacar, que Messias, cujo diferencial competitivo é a bola alta defensiva, teria dificuldade para executar a função atual do Bauermann, aberto pelo lado no campo ofensivo. 

Diego Ferreira e Alan Ruschel, na função de alas, também ficaram muito avançados no campo do adversário, distantes dos zagueiros e volantes, mas foram improdutivos na tarefa ofensiva. 

A dupla de volantes formada pelo Juninho e Juninho Valoura ficou descompensada na função defensiva-ofensiva. 

Sem a presença do Zé Ricardo no meio-de-campo e com os alas avançados, os três zagueiros ficaram bastante expostos, nas jogadas de contra-ataque. 

A transição ofensiva foi prejudicada porque Juninho Valoura ficou sobrecarregado para defender e atacar. 

Juninho poderá ser mais produtivo nas infiltrações e na pressão sobre o adversário, mas é limitado no passe, na distribuição das jogadas e nas finalizações. 

Zé Ricardo deveria ter jogado porque tem mais poder de marcação que Juninho e Juninho Valoura, e seria a sustentação para Valoura ser mais ofensivo. 

Aliás,  sem Isaque, que não estreou, a formação do meio-de-campo mais próxima do ideal ainda parece ser Zé Ricardo, Juninho Valoura e Alê, pelo poder de desarme, pela qualidade no passe e na distribuição das jogadas

Fabrício Daniel precisa ser mais eficiente nas conclusões e nos passes, mas demonstrou poder de finalização. 

Chrigor, pela estreia, mostrou potencial de aproveitamento, mas precisa ser mais decisivo. 

Embora tenha feito o gol, Felipe Azevedo continua sem justificar a titularidade absoluta, devido a baixa velocidade e falta de preparo físico para jogar dois tempos em alta intensidade. 

Ademir poderá ser mais produtivo pelos lados na condição de titular. 

Na transformação do DNA formador em aproveitador, Carlos Alberto e Zé Vitor, no primeiro passo da transição do Sub-20 em fase de aprimoramento e oscilação, foram escalados em funções e posições diferentes das de que foram treinados na base.

Carlos Alberto tem mais potencial para jogar pelos lados, preferencialmente o direito, para partir pra cima avacoelhando geral, buscar a linha de fundo, aumentar a profundidade e acertar os cruzamentos, ou infiltrar pela diagonal e finalizar. 

Zé Vitor foi programado para jogar num esquema com dois zagueiros, sem avançar tanto pelo lado. 

Sem o preciosismo de escalar um jogador canhoto para formar o trio de zagueiros, Anderson poderia ter sido mantido entre os titulares, ou Lucas Kal ter sido escalado para jogar com Bauermann e Ricardo Silva. 

Mesmo assim, o posicionamento dos três zagueiros, dos dois alas, dos dois ou três volantes ou meio-campistas precisa ser mais compactado, sem a necessidade de todos avançarem constantemente para jogarem no campo do adversário. 

O desafio do Mancini, comissão técnica e diretoria será consertar os defeitos crônicos na organização e recomposição defensiva, na transição e construção ofensiva.  

Destaque para Matheus Cavichioli, Bauermann, pela execução da nova função no esquema do Mancini, Fabrício, pelo poder de finalização, Chrigor, pela estreia e Felipe Azevedo pelo gol

Grêmio:
Gabriel Chapecó; 
Vanderson (Rafinha), Ruan, Rodrigues, Paulo Miranda e Guilherme Guedes (Diogo Barbosa);
Fernando Henrique, Victor Bobsin (Darlan) e Alisson; 
Diego Souza (Ricardinho) e Douglas Costa (Jean Pierre)
Técnico: Luiz Felipe Scolari

América:
Matheus Cavichioli;
Bauermann, Ricardo Silva e Zé Vitor (Ramon); 
Diego Ferreira (Toscano), Juninho, Juninho Valoura e Alan Ruschel (Geovani); 
Fabrício Daniel, Chrigor (Carlos Alberto), Felipe Azevedo (Ademir)
Técnico: Vagner Mancini

Gols:  Guilherme Guedes e Felipe Azevedo