Talvez tivesse sido mais interessante a manutenção da formatação e dos titulares utilizados nas vitórias sobre o Cruzeiro e Uberlândia.
Na organização e na recomposição defensiva, Joseph e Juninho seriam os responsáveis pela marcação do Keno e do Arana. Alê, Juninho, Gustavinho e Sabino formariam uma segunda linha de quatro, com Rodolfo e Toscano um pouco mais avançados.
Na transição e construção ofensiva, Gustavinho avançaria pelo lado esquerdo, com Rodolfo e Toscano infiltrando pela intermediária, mais a aproximação do Sabino e Alê pelo centro e Juninho pela direita.
Ademir, Diego Ferreira, Leandro Carvalho, Ribamar e Zé Ricardo seriam as primeiras cinco opções de substituições, sem necessidade de utilizar Leo Passos durante um clássico com objetivo de empatar ou virar o placar.
Aliás, a insistência com Leo Passos está na contramão da transformação do DNA formador em aproveitador entre os titulares e da capacidade de o América contratar jogadores mais prontos para utilização imediata, em vez de apostar no aprimoramento em médio e longo prazo.
Dificilmente um promovido da base vai ter as chances seguidas dadas ao Leo Passos se o retorno for o mesmo.
Na primeiras falha, o prata da casa, em fase de oscilação e desenvolvimento, e que deveria ter mais direito ao erro, para de ter chances, volta para o sub-20 ou é emprestado, igual Leo Passos foi pelo Palmeiras ao América.
É bom destacar que desde 2017 o time profissional está sem nenhuma novidade dos pratas da casa entre os titulares.
Por mais protecionismo e potencial visto no Leo Passos pelo Lisca e pelos Analistas de Desempenho, o desenvolvimento está muito lento, com baixa produtividade ofensiva e sem credibilidade para ser aproveitado na Série A.
Ainda mais com Luiz Fernando, Yan Sasse e Carlos Alberto, que não é solução, mas deve fazer parte da solução, são jogadores da mesma posição do Leo Passos.
A demora para contratar laterais só será justificada se os futuros contratados tiverem capacidade física, tática e técnica pra chegar e assumir a titularidade.
Com as mudanças na formatação feita pelo Lisca para enfrentar o Atlético o time americano perdeu a força do futebol coletivo, competitivo e o rendimento individual caiu.
Ademir, Rodolfo e Toscano ficaram muito avançados, sem a participação efetiva do Ademir e Toscano na recomposição defensiva.
A utilização de três jogadores mais adiantados descompactou o meio-de-campo e aumentou a fragilidade defensiva pelos lados.
Diego Ferreira e João Paulo foram envolvidos com facilidade pelos adversários.
Anderson e Eduardo Bauermann falharam em lances pelo alto e pelo chão.
Eduardo Bauermann deve ter perdido todos os duelos pelo alto.
Zé Ricardo, sem ritmo de jogo, rendeu menos do que pode render.
Juninho, bastante improdutivo no primeiro tempo, quando aumentou um pouco a produtividade na segunda etapa, foi deslocado para o lugar do Diego Ferreira na lateral e sumiu do jogo novamente.
Toscano, aberto pelo lado esquerdo, e Rodolfo, centralizado, produziram menos do que podem produzir.
Com o distanciamento entre Alê e Toscano, o time americano perdeu a chamada "vantagem sócio-afetiva" utilizada nas vitórias sobre o Cruzeiro e Uberlândia, em que os dois principais passadores do time se aproximaram para trocar passes, comandar o ritmo de jogo e valorizar a posse de bola.
Ainda assim, Alê foi o volante mais participativo e produtivo.
Apesar dos três gols sofridos, Matheus Cavichioli fez defesas importantes.
Atlético:
Everson;
Guga, Igor Rabello, Junior Alonso e Guilherme Arana;
Allan, Matías Zaracho (Nathan) e Nacho Fernández (Dodô);
Savarino (Hulk), Keno (Marrony) e Eduardo Sasha (Eduardo Vargas)
Técnico:
Cuca
América:
Matheus Cavichioli;
Diego Ferreira (Leo Passos), Anderson, Eduardo Bauermann, João Paulo;
Zé Ricardo (Sabino),
Juninho, Alê;
Ademir (Leandro Carvalho), Rodolfo (Ribamar), Toscano (Gustavinho)
Técnico: Lisca
Gol: João Paulo