A experimentação tática feita pelo Lisca durante o Campeonato Mineiro na busca da formatação ideal para ser utilizada na Série A, a saída do Messias, a dificuldade em contratar dois laterais qualificados dentro do orçamento, e o interesse de outros clubes na contratação do Ademir, mas sem propostas satisfatórias de acordo com a diretoria do América, prejudicaram o desenvolvimento, o entrosamento e o rendimento do time americano.
Com ausência do Messias, irregularidade do Diego Ferreira, em fase de recuperação física e técnica depois da lesão sofrida, escalação do Joseph improvisado na lateral, e João Paulo, mais produtivo na tarefa ofensiva, o setor defensivo ficou bastante vulnerável pelos lados, na origem dos cruzamentos, e consequentemente dentro da área, na conclusão das jogadas disputadas pelo Anderson e Eduardo Bauermann.
Anderson precisa marcar o adversário mais de perto e com mais imposição física, mas se destacou na parte ofensiva pelas assistências e gol marcado.
Eduardo Bauermann carece melhorar a eficiência na bola alta defensiva.
Em vez da manutenção da formatação básica utilizada na Copa do Brasil e na Série B da temporada passada, houve mudanças na distribuição tática, funcionais e posicionais.
O esquema mais usado do meio-de-campo para a frente, com três volantes, Zé Ricardo, Juninho e Alê, mais o trio ofensivo, Ademir, Rodolfo e Felipe Azevedo parou de ser utilizado.
A modificação no posicionamento ficou próxima do 4-4-2, mas sem ultrapassagens constantes do Diego Ferreira e do João Paulo, com Juninho e Gustavinho abertos em lados opostos, Rodolfo e Toscano avançados e distantes da grande área.
Sem características ofensivas de meia-atacante pelo lado direito, Juninho perdeu o diferencial competitivo de ocupar espaços e fazer infiltrações.
Toscano jogou bem contra o Cruzeiro e Uberlândia, mas talvez devido ao desgaste provocado pela sequência de jogos caiu de rendimento contra Atlético, quando foi utilizado pelo lado esquerdo, Patrocinense e Tombense. Deveria ter jogado mais avançado pelo centro ou ter voltado a ser opção de substituição.
O afastamento, a reintegração entre os titulares contra o Atlético e a utilização do Ademir pelo lado esquerdo contra a Patrocinense atrapalhou o desempenho do jogador.
Rodolfo foi bastante dinâmico pelos lados, mas longe da grande área, pouco finalizou e diminuiu a média de gols feitos.
Talvez tivesse sido mais produtivo ter experimentado a escalação de três zagueiros, a fim de aumentar a consistência da zaga, diminuir a fragilidade defensiva dos laterais e potencializar a produtividade ofensiva dos alas.
O 4-2-3-1 também poderia ter sido testado para privilegiar a escalação de um meia-armador sem a necessidade de ser tão participativo na recomposição defensiva.
Ou por questão de necessidade e segurança o 4-3-3 voltar a ser utilizado.
Alê, Flávio, Juninho, Juninho Valoura, Sabino, Zé Ricardo seriam opções de volantes.
Bruno Nazário, Gustavinho e Toscano, meias-atacantes.
Ademir, Leandro Carvalho, Rodolfo e Ribamar, atacantes.
Aliás, na transformação do DNA formador em aproveitador entre os titulares, Gustavinho, sob o comando do Lisca e com a sequência de jogos, está mais aprimorado, com mais poder de finalização, mais passes verticais e merecedor de ser utilizado mais vezes.
Faltou João Paulo ter feito mais ultrapassagens, com Alê, em vez do Toscano, ou Bruno Nazário ser mais participado nas triangulações pelo lado esquerdo, e Rodolfo ou Ribamar, dentro da área, para aumentar as opções ofensivas do Gustavinho na construção e definição das jogadas.
Lucas Luan tem potencial para jogar mais avançado e seria interessante compor o setor esquerdo com Gustavinho.
Carlos Alberto necessita ser mais eficiente nos cruzamentos e finalizações, mas tem grande potencial de aproveitamento, com facilidade no drible vertical, pelo lado direito para buscar a linha de fundo, aumentar a profundidade e fazer cruzamentos bem treinados, ou infiltrar pela diagonal e finalizar com o pé esquerdo. No lado esquerdo, perde a profundidade, mas a finalização com o pé direito é facilitada.
Kawê também é bastante promissor pelo lado direito ou esquerdo.
Lucas Gabriel tem estilo do Juninho com potencial de evolução.
Heitor, fabricado integralmente nas categorias de base do Coelhçãozinho, em breve vai participar do time principal.
Thalys deveria ter sido mais bem aproveitado.
Matheus Santos poderá ser utilizado na posição de zagueiro.
Vitão foi programado para ser centroavante definidor com presença de área.
Tombense:
Felipe Garcia;
David, Moisés (Matheus Lopes), Wesley e João Paulo (Manoel);
Rodrigo, Paulinho Dias e Jhemerson (Marquinhos);
Keké, Rodrigo Carioca (Everton Galdino);
Daniel Amorim (Rubens)
Técnico:
Bruno Pivetti
América:
Matheus Cavichioli;
Diego Ferreira (Léo Passos), Anderson, Eduardo Bauermann e João Paulo (Ribamar);
Juninho, Zé Ricardo, Alê (Juninho Valoura), Gustavinho;
Toscano (Bruno Nazário), Rodolfo
Técnico: Lisca
Gol: Anderson