Apesar da repetição dos históricos erros desfavoráveis da arbitragem nos dois jogos das semifinais e até no jogo-treino, defeitos decorrentes da equipe americana foram evidenciados.
Depois do reinício do Campeonato Mineiro, a meta de desempenho deveria ser dar rodagem para os jogadores considerados titulares acelerarem a recuperação do ritmo de jogo, devido a longa paralisação.
Aliás, a desculpa para a marcação do jogo-treino contra o rival na casa do adversário foi justamente a necessidade de ritmo.
Utilizar titulares num treino de propaganda para pegar ritmo e reservas num jogo oficial pode ser chamado de pensar pequeno, por quem gosta de usar essa expressão para medir o tamanho de um pensamento divergente.
O Atlético disputou quatro jogos. com praticamente os mesmos jogadores.
Enquanto o time americano considerado titular deixou de ganhar ritmo contra a URT, e nos três jogos disputados contra o Atlético houve muitas mudanças entre os titulares de um jogo para outro, erros individuais, coletivos, e posicionamentos funcionais ineficientes.
Embora não seja um típico centroavante, a lesão do Rodolfo demonstrou a carência da equipe nesta posição e provocou tentativas de improvisações improdutivas.
Leo Passos pode até ser promissor, mas na maioria dos 13 jogos em que participou este ano comprovou estar abaixo do esperado para disputar a titularidade e ser uma das primeiras opções de substituição, ainda mais na função de centroavante.
Alê e Felipe Augusto revezaram a posição de centroavante no primeiro jogo e foram improdutivos.
Neste campeonato faltou definir a melhor posição e função do Alê, que quando jogou recuado foi mais produtivo na bola longa e na troca de passes. Avançado, pisou pouco na área, foi pouco criativo e finalizador.
Matheusinho, no único dos três jogos contra o Atlético que entrou de titular, jogou improvisado de centroavante e rendeu menos do que pode render. Fez uma finalização perigosa e participou da jogada em que Felipe Augusto, mais uma vez, desperdiçou uma chance de gol na frente do goleiro.
No jogo anterior, quando entrou aberto pela esquerda, foi mais finalizador e assistente do que Alê.
Felipe Augusto continuou com erros na tomada de decisão e no complemento das jogadas, mas foi titular absoluto.
A improdutiva opção do Lisca de jogar sem centroavante lembrou Adilson Batista, quando escalou Ruy nesta posição.
Apesar da produtividade, da eficiência e de ser o único centroavante definidor, Vitão foi menos utilizado do que deveria.
O DNA formador tem de ser transformado em aproveitador entre os titulares, em vez de só completar time nos treinos.
Lamentavelmente Airton voltou a falhar em jogos decisivos.
Em vez do Victor Hugo, um goleiro mais qualificado para disputar a titularidade deveria ter sido contratado no início do campeonato ou durante a paralisação.
A fragilidade defensiva dos quatro laterais, Leandro Silva e Diego Ferreira pela direita, e João Paulo e Sávio pela esquerda, é um defeito crônico deste o ano passado.
Vale lembrar que Diego Silva e Leandro Ferreira renovaram contratados, quando a melhor opção seria a não renovação de ambos ou no máximo a manutenção de um deles.
Pelo menos, João Paulo e Sávio são mais produtivos na tarefa ofensiva.
A escolha do Messias pode ser explicada pela superioridade técnica.
Ainda assim, todo contratado deve ter condições de ser titular.
Joseph foi contratado, teve o contrato renovado e não foi utilizado para substituir Lucas Kal, que deixou o América durante a competição.
Mas vale destacar, que Eduardo Bauermann, inclusive ao lado do Lucas Kal no jogo-treino e contra o Atlético pela primeira fase, caiu de rendimento na antecipação e recomposição defensiva.
Entre as opções de substituição, Geovane ainda não justificou as chances seguidas e Toscano só foi aproveitado entre os reservas.
Berola ser escalado ao voltar de lesão depois de longo tempo parado pode significar que a metodologia de treinamento do desenvolvimento e aproveitamento do Carlos Alberto está improdutiva ou o atleta em formação está sendo utilizado em função diferente da que se destacou na base.
Goleiro, um ou dois laterais, preferencialmente um direito, um meia centralizado com poder de finalização e um centroavante são reforços necessários a fim de qualificar o time americano para disputar e conquistar o título da Série B ou pelo menos o acesso para a primeira divisão.
América:
Airton;
Leandro Silva (Diego Ferreira), Messias, Eduardo Bauermann, João Paulo;
Flávio (Rickson), Juninho e Alê;
Ademir (Leo Passos), Matheusinho (Vitão), Felipe Augusto (Berola);
Técnico: Lisca
Atlético:
Rafael;
Gabriel (Igor Rabello), Réver (Mariano), Junior Alonso e Guilherme Arana;
Allan, Alan Franco (Jair) e Nathan;
Savarino, Keno (Marquinhos) e Marrony (Hyoran)
Técnico: Jorge Sampaoli