sábado, 22 de agosto de 2020

América-MG 2 x 1 Oeste-SP

Num campeonato de resistência e regularidade, vencer por diferença de um gol é goleada.

Ainda mais depois de um longo período de paralisação, e com Lisca montando e formatando o time durante a competição. 

Pelas chances criadas de gol, o resultado poderia ter sido mais amplo. 

Foram 20 finalizações contra oito, de acordo com os dados do SofaScore. 

Aliás, nos três últimos jogos, as chances para fazer gols foram muito superiores as de sofrer. 

Ainda assim, além da ineficiência nas finalizações, erros nos cruzamentos e nos últimos passes comprometeram o poder ofensivo. 

Apesar de a proposta do jogo ter sido do time americano, lances de bola parada definiram o placar. 

No gol sofrido, houve falha na marcação do Alê no Renan Fonseca e erro de reposicionamento do João Paulo. 

A distribuição tática, sem contar variações e posse ou não da bola, ficou próxima do 4-3-1-2.

Mas a tentativa do Lisca com a escalação do Leo Passos entre os titulares foi improdutiva.

Leo Passos, sub-23 de outra base em processo de aprimoramento e oscilação, manteve a irregularidade.
Pode ter potencial para ser aproveitado aos poucos de acordo com as circunstâncias do jogo, mas está bem abaixo do desejado para disputar a titularidade e ocupando o lugar de um prata da casa, entre eles Carlos Alberto, que também precisa ter chances para aprimorar o desenvolvimento. 

Lisca vai precisar de uma base fixa de mais ou menos 15 jogadores em condições de serem titulares, devido a necessidade de mudanças provocadas pela queda de rendimento físico com os jogos seguidos em curto espaço de tempo. 

Talvez pelo esgotamento devido a essa sequencia de jogos, Alê, João Paulo e Matheusinho renderam menos do que podem render. 

Alê errou passes, que não costuma errar, e finalizações. Tem qualidade para ser muito mais produtivo, eficiente e se aproximar mais do Matheusinho para facilitar a distribuição das jogadas. 

João Paulo, que tem mais qualidade na tarefa ofensiva, fez poucas ultrapassagens e quando avançou errou cruzamentos e passes. 

Matheusinho, sub-23 em fase de aprimoramento e oscilação, no sexto jogo entre os titulares após recuperação da lesão sofrida em fevereiro,  na segunda rodada do Mineiro, e retomada do futebol,  ainda está sem ritmo físico e técnico para jogar dois tempos em alta intensidade. Embora tenha total capacidade para ser mais produtivo e eficiente,  vai precisar de ter mais opções para tabelar ou fazer assistências. Com poucas ultrapassagens do João Paulo, distanciamento e erros do Alê, e com a improdutividade do Leo Passos, praticamente só teve Rodolfo para tentar fazer as jogadas. 

Ainda assim, depois da saída do Daniel Borges e do Matheusinho, e a entrada do Diego Ferreira e Berola,  o volume de jogo, o poder de criação e finalização diminuíram. 

Berola evidenciou a falta de ritmo para jogar 30 minutos, mas pelo lado positivo teve a chance para começar a recuperar a forma física e técnica. 

O poder de decisão só aumentou na cobrança do Toscano da falta sofrida pelo Vitão.

Em condições físicas próximas do ideal e com peças de reposição mais qualificadas, Alê, Matheusinho e Toscano deveriam jogar juntos desde o início ou um tempo maior durante as partidas. 

Matheus Cavichioli fez duas importantes defesas.

Messias e Eduardo Bauermann mantiveram a segurança defensiva na bola alta e rasteira na maioria das jogadas disputadas. 

Sob o comando do Lisca, em vez de jogar avançado para pressionar o início da transição do adversário, Juninho está mais dinâmico e participativo com a bola.

Rodolfo demonstrou oportunismo no gol de cabeça, mas para jogar pelos lados carece ser mais assistente do que finalizador de média e longa distância. 

Vitão sub-20 em estágio de evolução e oscilação, errou a execução da tomada da decisão, quando optou por passar para Rodolfo, e sofreu a falta cobrada pelo Toscano.. Quanto mais vezes jogar, mais bem preparado vai ficar. 

Destaque para a estreia do Daniel Borges, com qualidade na marcação, no passe e na bola parada, o reaproveitamento do Toscano e o gol de falta marcado por ele,  e, novamente, Zé Ricardo, o dono do meio-de-campo, nos desarmes, nos passes e nos lançamentos. 

América na formação básica 4-3-1-2
Matheus Cavichioli; 
Daniel Borges (Diego Ferreira), Messias, Eduardo Bauermann, João Paulo (Sávio); 
Juninho, Zé Ricardo, Alê (Toscano); 
Matheusinho (Berola;
Rodolfo, Léo Passos (Vitão)
Técnico: Lisca

Oeste:
Luiz; 
Éder Sciola, Renan Fonseca, Sidimar e Rael (Betinho); 
Lídio (Bruno Lopes), Yuri e Mazinho (Kauã); 
Matheus Rocha (Fabrício Oya, Salomão; 
Kalil (Marlon)
Técnico: Renan Freitas

Gols: Éder Sciola, Rodolfo, Toscano